07/01/2017

Um amor para Lady Johanna- Julie Garwood


Descrição: Uma jovem viúva. Um guerreiro escocês fascinante. Duas vidas transformadas pelo amor e por uma paixão avassaladora. Quando Lady Johanna soube que estava viúva, ela prometeu que jamais se casaria novamente. Com apenas dezesseis anos, ela já possuía uma força de vontade que impressionava a todos que enxergavam além de sua beleza avassaladora. Contudo, quando o Rei John ordenou que ela se casasse outra vez – e selecionou um noivo para ela – pareceu que a moça deveria se conformar com esse destino. Seu irmão, no entanto, sugere ao Rei um novo pretendente: o belo guerreiro escocês Gabriel MacBain. No início, Johanna estava tímida, mas, conforme Gabriel revelou com ternura os prazeres magníficos a serem compartilhados, ela começou a suspeitar que estava se apaixonando por seu novo e rude marido. Logo ficou claro para todo o clã das Terras Altas, portanto, que o ríspido e galante lorde rendera completamente seu coração. Porém, a iminência de uma intriga da realeza ameaça separar o casal e destruir o homem que ensinou a Johanna o significado do verdadeiro amor, que a transportou além de seus sonhos mais selvagens.

Johanna, que após mais ou menos 3 anos de maus tratos nas mãos do marido, o barão inglês Raulf Willamson, fica viúva aos 16 anos. A moça guarda um segredo do rei Jhon, o rei da Inglaterra, o qual a quer bem longe de si, por isso aceita a proposta do irmão da jovem, Nicholas, para que ela se case com o lorde escocês Gabriel MacBain e assim viva nas Highlands, montanhas da Escócia. E claro, essa estratégia de Nicholas é também uma tentativa de proteger a irmã das mãos do malvado rei.


Johanna, apesar do terror que viveu na companhia de seu falecido esposo, é uma jovem forte que aprendeu a suportar a dor. Seis meses depois da morte do barão, ela vai conhecer seu prometido, o lorde MacBain. Quando vê a estatura de seu futuro marido, ela estremece. E quando vê o galgo que está ao seu lado, aí pronto, o terror só aumenta, pois assim como seu amo, o cachorro é enorme e a Johanna parece uma besta, dono e cão, para ser exata.



“Johanna negou com a cabeça. As mãos tremiam tanto que quase deixou escapar as rédeas do cavalo. Segurou-as com força e tratou de não soltar uma exclamação ao ver o enorme guerreiro... e o animal de aspecto monstruoso que estava deitado junto ao homem.”

Apesar dessa primeira impressão, a jovem descobrirá que por trás desse porte físico amedrontador há um espírito generoso e gentil. Gabriel é líder de dois clãs, os MacBain e os MacLaurin, que a sua vez são comandados por Calum e Keith, respectivamente.


A dureza dos soldados escoceses contrasta com a graciosidade e delicadeza da moça inglesa, que com seus belos olhos azuis e seus longos cabelos dourados arrancou suspiros dos guerreiros, inclusive do próprio Gabriel, ainda que este custe admitir. Mas que ninguém se engane com os modos graciosos de Johanna, pois habita nela um espírito rebelde.



Os ingleses são odiados pelos highlanders, porque tomaram suas terras e lhes causaram grandes destruições, por isso muitos deles não vão aceitar Johanna facilmente, principalmente os MacLaurin.

É através desse contraste, entre ingleses e highlanders, que a autora recria o cenário da Inglaterra e da Escócia do século XIII, com uma narrativa bem humorada e intensa.

Há momentos mais intensos entre os protagonistas e confesso que não me sinto à vontade lendo livros que possui uma pitada de erotismo, mas mesmo assim consegui terminar o livro. \o/ Até porque isso não tira seu valor, pois é algo pessoal, eu não gosto, mas outros leitores podem gostar.

Criou-se em “Um amor para lady Johanna”, como era de se esperar devido a época tratada, um ambiente patriarcal, principalmente na Inglaterra, no qual a Igreja era controladora não só da religiosidade, mas também da mentalidade das pessoas.


"— Bispo Hallwick, esqueceu-se das mulheres. Onde se situam no amor de Deus?
Refletindo sobre a pergunta, o bispo esfregou a testa.
— Não as esqueci — disse por fim. — São as últimas no amor de Deus.
— Abaixo dos torpes bois? — perguntou o segundo estudante.
— Sim, abaixo dos bois."

À medida que vamos lendo, podemos perceber o forte contraste que se cria entre ambos os países. Apesar da Escócia já ter sido cristianizada, as condutas das pessoas são diferentes das da Inglaterra, também católica. 

Os ingleses, considerados homens de boa educação, através dessa máscara de civilização escondem um caráter monstruoso, e são capazes de bater nas mulheres e de cometer as mais cruéis atrocidades. É claro que não são todos, mas aqueles que estão cegos pelo poder podem cometer os atos mais desumanos. E é dessa classe de ingleses que o livro fala, pois a Inglaterra aqui apresentada está vivendo um momento de ebulição política, onde o poder e a riqueza são mais importantes que qualquer outra coisa. 

Já os escoceses, considerados os brutos, traziam no porte uma aspereza, uma rudeza natural, mas tratavam suas esposas e seu povo de forma amável. Até porque os escoceses apresentados no livro ainda viviam em clãs, e sabemos que a vivência assim supõe-se compartilhamento, então, enquanto os ingleses são apresentados como mais individualistas, os highlanders são postos como mais comunistas. Mas, claro, são exceções, creio que o que autora quis fazer foi criar um paralelo entre as duas culturas do período medieval, e isso é representado também através de dois padres: o santo bispo inglês Hallwick e o padre escocês MacKechnie. Enquanto o primeiro é autoritário e causa medo com sua forma de correção malvada, o segundo é complacente e compreensivo. E isso sabemos que se dá também pela cultura de cada país, que influencia no comportamento das pessoas e na religião. 

O livro tem uma história boa e cativante e, apesar de ter 400 páginas, você lê que nem sente, quando percebe já está na última. No meu caso, eu baixei a versão em PDF e a tradução está horrível, há uma confusão, às vezes se usa o pronome pessoal “tu”, outras vezes, o “você”. Às vezes se usa o “tu”, mas o verbo está conjugado em “você”, e vice-versa, mas isso porque, acredito, não foi a versão da editora. E outra coisa que não gostei, que me incomodou um pouco, foi o final. O livro começa muito bom, com uma narrativa incrível, mas a partir do meio eu já não fui gostando muito, senti que a autora perdeu um pouco as rédeas e não soube dosá-lo na medida certa, resultando num fim meio sem graça e muito abrupto. Outro aspecto negativo foi a atitude de Johanna em alguns momentos. É preciso dizer a favor dela que ela é uma personagem forte, do tipo que não precisa ser salva pelo “herói” e que não choraminga por qualquer coisa, mas teve alguns momentos que ela ficava meio indecisa nas coisas, principalmente em relação ao marido, Gabriel. 

Mas no geral, eu gostei do livro e o recomendo.


Classificação:
Autora: Julie Garwood
Editora: Universo dos Livros
Ano: 2016
Páginas: 400

6 comentários:

  1. Depois de ler a sua resenha fiquei com uma vontade imensa de mergulhar na história... Mais um livro para a minha lista de desejos... Feliz domingo... Beijos no coração...

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  2. Oi! Eu amo romances de época e como sou acostumada a ler livros eróticos, não sinto problema algum quando as cenas quentes aparecem no enredo. A premissa desse livro me lembrou de Seduzida por um guerreiro escocês, mas fico feliz que a leitura intercala-se na Inglaterra e na Escócia.
    Beijo! https://leitoraencantada.blogspot.com.br/

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    1. Então você irá gostar desse sem problemas.
      Nunca li "Seduzida", depois vou pesquisar, ainda que sei que não lerei, kkk
      Um beijão. ^^

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  3. Oi Mi, tudo bem?
    Eu não tinha vontade de ler este livro, mas, após sua resenha tão bem composta, deu até uma certa vontadezinha, rs!

    Beijoooo

    http://mundoliterariodacecy.blogspot.com.br/2017/01/sorteio.html

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    1. Olá, Cecy! Tudo ótimo, e você?
      Obrigada, leia-o, sim!

      Abração!

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