Esse conto, do livro Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe, apresentado por um narrador em 3ª pessoa que se coloca como um contador de histórias: "deixe-me falar", "como já falei", etc., pois esses são marcadores característicos da narrativa oral, então, de alguma forma, Poe retoma a tradição, porque antes, especificamente na Idade Média, quando não existia a escrita tal como a conhecemos, as histórias eram repassadas de boca em boca, de geração a geração.
A Morte Vermelha é uma praga que se manifesta pelo sangue saindo dos poros das pessoas e é contagiosa e em pouco tempo causa a morte, por isso o príncipe Próspero decide reunir mil amigos e se trancar em um dos seus muitos castelos. Após a entrada, o castelo é selado de tal forma que ninguém pode entrar nem sair dele. Seus habitantes esquecem-se do mundo e começam a curtir a vida, como se uma praga não estivesse assolando lá fora.
O castelo possui sete salas, todas com duas janelas góticas que refletem a cor da decoração, menos a última que, apesar de possuir cortinas pretas, as janelas são tingidas de um vermelho-sangue e isso assusta as pessoas, o que as fazem a evitar porque a cor vermelha lembra a praga.
Próspero decide fazer uma festa fantasia e as pessoas se vestem da forma mais macabra possível. Mas alguém consegue e ousa ser mais extravagante que todos, trazendo um lembrete que todos faziam questão de esquecer, e isso irrita muito o príncipe. Mas, ainda assim, todos aproveitam a festa, esquecendo do mundo e deixando-o com sua dor e desolação, até que um relógio antigo, que está na sétima sala do castelo, aquela que ninguém gostava e faziam de tudo para ficar longe, começa a tocar e nesse momento a música para e todos os presentes assumem posturas estranhas, começam a lembrar-se da miséria que está lá fora. E esse comportamento sempre acontece quando o relógio soa.
"Pelas setes câmaras desfilavam, de fato, uma multidão de sonhos."
Vejo o relógio nessa narrativa, assim como a sétima câmara, como objetos da realidade. Tudo se apresenta fantasioso, como num sonho (e a presença das janelas góticas que é uma das características da arquitetura medieval e ao mesmo tempo, na Literatura, pode ser a presença do sobrenatural, reforça isso), mas no momento que o relógio toca, se rompe a fantasia e o mundo volta ao normal enquanto as badaladas se fazem escutar.
"[...] Então, por um instante, tudo para, tudo é silêncio, salvo a voz do relógio. Os sonhos parecem congelados."
O conto termina de uma maneira surpreendente, ainda que esperada por se tratar de Poe. O livro é lindo, Poly Bernatene, a ilustradora, fez um trabalho excelente. Os contos são curtinhos e foram impressos em papel revista, aquele bem lisinho (e com um cheiro maravilhoso).
Classificação:
Editora: Melhoramentos
Autor: Edgar Allan Poe
Ilustradora: Poly Bernatene
Ano: 2010
Páginas: 88
Oii.
ResponderExcluirAmei a resenha e essa edição do livro.
Nunca li nada do autor, sou uma leitora voraz de romance, enfrento muita dificuldade em ler um livro que não tenha romance.
Um abraço,
Keth.
Blog: www.parbataibooks.blogspot.com.br
Mas vale a pena dar uma chance pro Poe, Keth!
ExcluirBeijooos
Olá,
ResponderExcluirQue edição linda!!! Amei a resenha e eu amo esse autor.
Parabéns pela resenha.
Sim, realmente é linda!
ExcluirTambém gosto muito do Poe ❤
Obrigada!
Beijooos
Heey!
ResponderExcluirEu nunca li nada do Poe ( acho que um conto) e sua resenha me chamou atenção.
Ele é maravilhoso!
ExcluirQue bom que gostou.
Beijooos
Oii Mirelle.
ResponderExcluirEu nunca li nada do Edgar Allan Poe acredita??
Mas posso começar com este livro. Afinal de contas eu fiquei arrepiada com o conto só de ler a resenha, "magina" lendo ele.
Parabéns pela resenha.
Beijos.
Oii, Jess!
ExcluirHahaha, Leia algo dele, se curtir terror, vai gostar.
Obrigada.
Beijooos
Boa tarde, desconheço o autor e o título, mas adoro contos, o único problema é que acabo achando que ficou faltando algo mais.Também sou apaixonada por livros com esse acabamento!
ResponderExcluirBeijos e uma semana de paz!
Minhas Inspirações por Sara Menezes
Mas esse conto é bem completo, Sara. Não fica devendo nada.
ExcluirBeijooos e um ótimo fim de semana!
Eu não tenho coragem de ler Poe!
ResponderExcluirAhahahah!
Kkkkkk, mas esse conto é bem tranquilo. Faz medo não.
ExcluirBeijooos
Olá gostei dá sua resenha!! Por ser conto eu tenho dificuldade em fazer resenha, mas já li e resenhei dois do Por, um foi o do gato, já leu? Coitado do gato kkkkk
ResponderExcluirCom carinho
One®
http://onebooksoficial.blogspot.com.br
Obrigada!
ExcluirNão, não li ainda, mas está nesse mesmo livro "Histórias extraordinárias".
Beijooos
Menina deu até medo :O
ResponderExcluirMuito legal essa história! !
Coloquei aqui na minha (infinita) lista hahaha
Kkkk, é ótimo o conto! Tomara que você goste.
ExcluirBeijos ^^
Sou muito curiosa para ler as obras de Poe! Acho ele um escritor fantástico e sempre vejo muitos comentários bons sobre ele! Esse livro me chamou atenção! Já estou procurando preços aqui para adquirir.
ResponderExcluirbeijinhos!
http://leiturize-se.blogspot.com.br/
Ebaaa, Vale muito a pena ler Poe, Camila!
ExcluirBeijos
Nunca li uma obra do Poe, mas pretendo ler em breve e sua resenha me deixou mais curiosa para ler <3
ResponderExcluirBeijos,
coresliterarias.com.br
Que bom, fico feliz!
ExcluirBeijos