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25/12/2015

O Pequeno Príncipe

SinopseLivro de criança? Com certeza.
Livro de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi. Como explicar a adoção deste livro por povos tão variados, em tantos países de todos os continentes? Como explicar que ele seja lido sempre por tantos milhões e milhões de pessoas? Como explicar a atualidade deste livro traduzido em oitenta línguas diferentes? Como compreender que uma história aparentemente tão ingênua seja comovente para tantas pessoas?
O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino.
 Amélia Lacombe
Para entender o livro é preciso se despir das armas adultas. É preciso se revestir de infância, de sonhos. Ele exige um coração aberto e disposto a crer mesmo sem que os olhos vejam. É muita responsabilidade falar de um livro que a maioria das pessoas já leram, já resenharam, mas, ainda assim, me atrevi a deixar minhas impressões, lembrando que cada leitor vai interpretá-lo de maneira diferente, de acordo com suas vivências e até mesmo experiências de leitura. Então, lá vai. 

No deserto do Saara, um piloto que teve de fazer um pouso de emergência, pois algo não estava bem com o motor do avião, encontra um menino de cabelos dourados e cheio de histórias para compartilhar. Em sua viajem por diversos planetas, mundos, o pequeno príncipe descobre e aprende coisas. Eu, particularmente, vejo cada um desses mundos como aqueles em que nos trancamos. Cada pessoa tem o seu próprio e se fecha nele de maneira que não consegue, muitas vezes, enxergar e apreciar as coisas mais simples da vida.

Imagem retirada da internet
Exupéry nos devolve, através do pequeno príncipe, a leveza do olhar. É muito mais que o encontro de um menino com um homem, é a volta de ser novamente uma criança. Em resumo, é uma volta de si, do seu eu que sempre esteve ali, do nosso eu que sempre se espreita e espera o momento certo para aflorar. É preciso coragem para encontrar a si mesmo quando o mundo adulto já nos tem “infectado” com suas ideias e conceitos.

O encontro com o principezinho é a cura para a cegueira que o mundo nos causa. É a volta dos sonhos, da fantasia e da beleza extraordinária do viver. É ver o mundo com a simplicidade que só uma criança pode fazê-lo. É enxergar o invisível e acreditar que é possível viver com o outro. O pequeno príncipe nos ensina que em um mundo de diferenças e contrastes, onde todos buscam algo, mas nunca o encontra, é possível cativar e ser cativado por uma rosa e fazer dela uma flor única, porque é sua. Se você cuida, protege e gasta seu tempo com ela, é porque ela é importante para você, e se é importante, é única mesmo existindo milhões dela no mundo. 

É isso o que acontece com as pessoas, quando fazemos delas amigas elas se tornam únicas e insubstituíveis, por isso sofremos quando nos separamos ou as perdemos.

No momento em que o protagonista consegue consertar o avião, o principezinho também se vai, talvez seja porque ele não pode habitar em um mundo onde será sufocado pela impureza adulta. 

Mas, para vê-lo, basta olhar para as estrelas. Porque nós adultos dificilmente apreciamos o céu! Então lá, onde apenas olhares de pessoas que compreendem as coisas extraordinárias da vida, ele poderá ser encontrado e sorrirá, e será como ouvir a risada de quinhentos milhões de guizos.
Créditos da imagem: Tumblr
E eu chorei porque este é um livro extraordinariamente cativante. 

Classificação:
Título original: Le Petit Prince
Editora: AGIR
Edição: 52ª 
Páginas: 96 
Ano: 2015

8 comentários:

  1. E eu também preciso, desesperadamente, recuperar tal criança interior porque, ultimamente, nem mesmo o tédio da rotina da vida adulta tem me surpreendido mais. É uma sensação de deja vu a cada dia vivido. Preciso sentir alguma coisa, me deixar cativar por alguma coisa, por mais simples que seja. É difícil fazê-lo atualmente, sim, mas vou tentar. Talvez eu deva lê-lo mais uma vez! Obrigado pela postagem.

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    Respostas
    1. Sei bem como é, Emanoel. Há dias que são mesmo difíceis. Peça sabedoria aos céus e busque algo que te faz feliz. Leia-o novamente e procure observar as coisas mais simples da vida. Há tanta beleza no que, muitas vezes, desprezamos por julgarmos desimportante!
      Fico feliz que tenha gostado da postagem.
      Um grande abraço!

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  2. Amei! Esse livro está na lista dos próximos do Sapientia!! Parabéns pelo post :D

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    1. Que bom que gostou, \o/
      Ele é lindo mesmo. Vocês vão amar.
      Bjos.

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  3. Olá Mirelle! Parabéns pela resenha. O "Pequeno Príncipe" é um dos meus livros favoritos, mas ainda não consegui expressar em palavras as minhas impressões. É como você disse, é muita responsabilidade escrever sobre um livro desse, por isso você está de parabéns.

    Bjim^^
    http://cafeebonslivros.blogspot.com.br/

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  4. Todos os adultos deveriam ter esse livro na cabeceira da cama,pra refletir sobre a vida,sobre o dia,sobre tudo. Parabens pela resenha, ficou excelente.

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