ovo
n o v e l o
novo no velho
o filho em folhos
na jaula dos joelhos
infante em fonte
f e t o f e i t o
d e n t r o d o
centro
o
p o n t o
onde se esconde
lenda ainda antes
e n t r e v e n t r e s
quando queimando
o s s e i s s ã o
p e i t o s n o s
dedos
nu
des do nada
a t e o h u m
m e r o d o z e r o
crua criança incru
stada no cerne da
carne viva en
fim nada
no
turna noite
em torno em treva
turva sem contorno
morte negro nó cego
sono do morcego nu
ma sombra que o pren
dia preta letra que
s e t o r n a
sol
Comentário: São poemas que fazem parte da chamada Poesia Concreta. É um tipo de poesia vanguardista brasileira e recebeu esse nome por Augusto de Campos, que foi um de seus principais representantes. Surgiu na década de 1950 como resposta ao verso tradicional, formal. A preocupação passa a ser a materialidade da palavra, unindo som, imagem e movimento em uma unidade estrutural.
Podemos observar que os quatro poemas vão tratar de objetos de forma esférica, e além de falar dele, as palavras também o formam, como podemos ver. Ou seja, o poema se auto constrói formando a imagem de si mesmo. O primeiro fala de Ovo e Centro, o segundo, Ponto e Peitos, o terceiro, Zero e o último, Sol. São todos objetos redondos, por assim dizer. O interessante também é que você pode lê-los seguindo as linhas, ou lê-los como um, e a sensação que dá, se lermos da segunda perspectiva, é que estamos desenrolando esse rolo de palavras até se tornar uma única linha, e a falta de pontuação vai reforçar essa sensação. Pelo menos essa é minha interpretação, portanto, individual e subjetiva. ;)
Apreciem os poemas. Abraço!
Podemos observar que os quatro poemas vão tratar de objetos de forma esférica, e além de falar dele, as palavras também o formam, como podemos ver. Ou seja, o poema se auto constrói formando a imagem de si mesmo. O primeiro fala de Ovo e Centro, o segundo, Ponto e Peitos, o terceiro, Zero e o último, Sol. São todos objetos redondos, por assim dizer. O interessante também é que você pode lê-los seguindo as linhas, ou lê-los como um, e a sensação que dá, se lermos da segunda perspectiva, é que estamos desenrolando esse rolo de palavras até se tornar uma única linha, e a falta de pontuação vai reforçar essa sensação. Pelo menos essa é minha interpretação, portanto, individual e subjetiva. ;)
Apreciem os poemas. Abraço!