Romance de estreia de Josh Malerman, “Caixa de Pássaros” é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.
Malorie e sua irmã Shannon se mudam para o sul de Michigan a fim de uma vida melhor. Desde que chegaram, coisas estranhas não param de ser noticiadas na TV e divulgadas na Internet. Pessoas consideradas "normais" e estáveis" começam a fazer coisas incomuns como assassinar umas às outras ou apenas cometerem suicídio das formas mais assustadoras possíveis. Shannon é a primeira a dar crédito às notícias enquanto Malorie continua cética achando que tudo não passa de uma grande maluquice.
Ao passar dos dias, as coisas vão se agravando ainda mais e teorias começam a serem formuladas a respeito do que está acontecendo. Ao fim, o fato é que todas elas apontam para uma mesma conclusão sobre "O Problema", como passa a ser chamado: todos os "incidentes" aconteceram após as vítimas terem visto ou olhado para "algo".
E, com o tempo, até mesmo os mais céticos vão cedendo e começando a tomar as devidas precauções: fechar os olhos ao saírem na rua, tapar todas as janelas, enfim, tudo vai se convertendo em enclausuramento e escuridão. Malorie, que até pouco tempo não dava muito crédito, começa a avaliar a situação e, somente quando o pior acontece à irmã, ela percebe o que está realmente acontecendo. E percebe que os olhos são uma arma, por isso devem ser cobertos.
Sozinha, de luto e grávida, ela sabe que a melhor opção é dirigir até Riverbridge à casa que está abrigando pessoas. E é isso o que ela faz. De olhos quase totalmente fechados, Malorie dirige em busca de consolo e lar, deixando para trás o corpo da irmã.
O livro é narrado em 3ª pessoa do singular, com capítulos relatados no presente e outros no passado, sendo que estes últimos não obedecem a uma ordem cronológica dos fatos. É caracterizado por uma escrita corrida, principalmente durante a fuga da personagem com os filhos de 4 anos de idade, o que vai enfatizar o ato.
As crianças, o Garoto e a Menina, como são chamados por Malorie (só ficamos sabendo seus nomes no fim do livro. É superemocionante!), são treinados desde bebês para aprenderem a viver nesse novo mundo, onde as cores exteriores não existirão para eles, pois vivem enclausurados em uma casa e quando saem estão vendados.
"Como pode esperar que seus filhos sonhem em chegar às estrelas se não podem erguer a cabeça e olhar para elas?"
Mas eles têm uma alternativa, mas para isso vão ter que se aventurar por um rio de olhos fechados. E Malorie terá que confiar mais do que nunca nas crianças, ou melhor, em seus astutos ouvidos, pois a escuridão em que são submetidos lhes ajudou a desenvolver uma superaudição, o que lhes permite ouvir até quando uma folha cai no lado de fora.
E é exatamente no momento da indecisão em ir ou não ir que o livro começa. Mas o que resta a Malorie depois de tudo o que aconteceu aos amigos, há quatro anos? Vai mesmo esperar que os filhos cresçam sem ver o mundo? E será que vão sequer crescer, ou morrerão de fome antes disso?
Depois de pensar e repensar, ela decide que chegou a hora de enfrentar os desafios da viagem e, então, em um pequeno barco, vendados e com medo, eles partem em busca de esperança. Mas criaturas estão à espreita, esperando o momento para atacarem e Malorie é provada em muitas situações.
O mais interessante é que essa "coisa" que os atormenta não têm nome definido, nem forma. Ela é um medo, é algo mais psicológico. O que sabemos é que ninguém sobrevive quando olha pra uma. Ninguém sabe se a intenção das criaturas é matar as pessoas, ou se isso é um efeito que elas têm nos seres humanos.
Eu, particularmente, achei a sinopse muito pretensiosa. O livro é bom, é aterrorizante em algumas partes, mas não é tãooo assim, sabe?! (
Outra coisa, ao contrário de muitos, não achei o final indefinido, nem fiquei com a sensação de incompletude. Quando acompanhamos a trajetória de Malorie com as crianças, ficamos feliz por eles poderem ver a luz do dia, contemplar o céu e ver a beleza das coisas e saber que valeu a pena o risco que correram.
Que resenha incrível, já tinha certo interesse em ler esse livro e se não fosse a resenha ia com as expectativas lá em cima. Agora já sei qual é a ambientação e o clima da história.
ResponderExcluirBeijos, Le.
Refração Cultural
Que bom que gostou da resenha, Le.
ExcluirBoa leitura!
Bjos.
Tenho Caixa de Pássaros na minha estante. Com sua resenha fiquei com vontade de lê-lo rápido rsrsrsrs acho que será minha próxima leitura! Parabéns pelo blog!
ResponderExcluiramo-os-livros.blogspot.com
Fico muito feliz que tenha gostado, Renata.
ExcluirObrigada pela visita. Bjão. ^^