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Terra das Mulheres foi meu clássico de Janeiro que li pelos desafios #12ClássicosPara2019 e #UmGêneroPorMês2019 e eu fiquei abismada com esse livro.
Terry, Jeff e Vandyck embarcam em uma expedição participar após ouvir falar no País das Mulheres.
Pelas memórias de Van, vemos a história se desenrolar e todas as suas crenças sobre as mulheres se desconstruírem ao chegar no lugar inexplorado.
🎕"Havia ali evidentemente um povo altamente qualificado, eficiente, que cuidava de seu país como um florista cuida da sua orquídea mais valiosa."
Vindos dos EUA, eles esperavam encontar um lugar primitivo, incivilizado, mas tomam um choque ao ver a organização do país. Não, tinha que ter homens ali! Impossível isso tudo ser obra de mulheres! Eram o que diziam. E estavam errados. Redondamente.
🎕"- Mas parecem... oras, é um país civilizado! - protestei. - Deve haver homens."
Se encontraram diante de mulheres independentes da figura masculina há uns 2000 anos. E elas não se sentiram nada amedrontadas diante deles, eles que ficaram abalados diante delas porque inspiravam confiança, independência e os tratavam como iguais. Não havia o peso, pelo menos não na prática, da palavra e da figura do sexo masculino.
🎕"- Elas parecem não perceber que somos homens - continuou ele. - Tratam-nos... bem... como tratam umas às outras. É coo se sermos homens fosse um detalhe menor."
Aos poucos eles começam a entender como funcionam as coisas e Jeff, de alma sensível, começa a tomar partido do País e das mulheres. Van, que é sociólogo, também fica interessado, mas Terry, com toda sua personalidade de macho alfa, se nega a render-se e aceitar as coisas na Terra das Mulheres. Ao longo do tempo, eles passam a interagir melhor com as mulheres, cada um à sua maneira, e começam a se relacionar (amorosamente) com três delas: Van com Ellador, Terry com Alima e Jeff com Celis.
E só lendo o livro pra ver como pessoas tão diferentes, criadas em contextos diferentes, vão reagir a essa relação.
🎕"O amor nunca trilhou caminhos fáceis..."
A autora, feminista, defende ideais como a igualdade de gênero. Além disso, o conceito de maternidade é muito presente e tem o maior peso na obra. É um país sem homens, e elas concebem de uma forma totalmente diferente, e é pela maternidade que elas têm a chance de crescer como povo, mas não se trata de uma mera reprodução, é uma maternidade consciente. Elas, sobretudo, prezam o amor fraternal. Querem o bem de todas as crianças, e se consideram responsáveis por todas, independente se são mães ou não.
É tão interessante notar o contraste espontâneo que era causado nas discussões sobre o país dos homens, neste caso o de Van, Terry e Jeff, e o país das mulheres. E como isso os levava a admitir as falhas de seu país e o modo de vida, o que eles detestavam, pelo menos Van e Terry, pois eles sobrestimavam os homens e admitir suas falhas, lhes feria o orgulho, principalmente o de Terry.
🎕"Conforme eu estudava essas jovens, criaturas vigorosas, contentes e curiosas, e seu apetite voraz pela vida, minhas ideias preconcebidas foram tão abaladas que nunca chegaram a se restabelecer."
Enfim, e um livro que vale a pena ler. De verdade. Tudo está bem explicado, desde a geografia do país até a religião. Foi o primeiro livro feminista que li e confesso que amei. Não sou feminista, preciso conhecer mais sobre o assunto, mas não é preciso dizer que somos algo pra poder defender algumas causas, né?
Nota:
🕮🕮🕮🕮🕮💗
Autora: Charlotte Perkins Gilman
Editora: Rosa dos Tempos
Ano: 2018 (Primeira Edição 1915)
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